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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A esperança vence o medo. 1968 - o ano que acabou em 2010

O povo brasileiro, mais uma vez, deu um basta na articulação perniciosa da direita conservadora, o PSDB. O Brasil ainda não tem estrutura política e social para ter um governo voltado para a política do liberalismo econômico. Ainda temos que minimizar os grandes problemas sociais, reduzir drasticamente o analfabetismo, ampliar o poder de compra das classes menos abastadas. Colocar a massa em condições de concorrer mais justamente com a elite dominante. Porém, é notório, e isso ficou bem explícito nesse pleito, que o povo aprovou, e quer continuar tendo um pouco mais de justiça social. Creio, que o ANALFABETISMO POLÍTICO está definhando, respira com dificuldade, e não tarda o seu fim.1968,o ano em que a ditadura militar se consolidou no Brasil, acabou em 2010. A eleição de Dilma Roussef como a primeira mulher a dirigir a maior economia da América Latinna, ficará na História. Uma ex-guerilheira, presa e torturada nos porões da ditadura, junto com seu amigo e camarada, Frei Beto, também, outro símbolo de uma ferrenha luta contra esse mal que se instalara no Brasil, o Regime Militar. É uma vitória, ainda que tardia, mas com um valor simbólico inenarrável. A vitória de Dilma também reafirma a marca histórica de uma liderança que jamais poderá ser contestada. A sucessora de um presidente, cujos números apontam como o maior líder político que já governou esse país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outro marco importante, a popularidade de Lula fez sucumbir o "coronelismo" nos redutos mais conservadores desse país. Entre os estados em que Dilma venceu, como o Norte, o Nordeste e, principalmente, as Minas Gerais. Ainda há muito que ser feito. É preciso que forças, outrora linhadas com o projeto trabalhista da coligação petista, como o PV(Partido Verde), o PDT (Partido Democrático Trabalhista)e o PPS (Partido Popular Socialista), se integrem totalmente na construção desse projeto e, não fiquem divididos a nível regional ou local, como nesse último pleito, atendendo interesses de alguns pequenos grupos políticos retrógados e meramente voltados aos interesses pessoais de seus dirigente. Quanto o PSOL, infelizmente, esse não quer o bem ou o mal do Brasil? Sendo derrotados ainda no primeiro turno, parece-nos que o partido de Heloísa Helena e Plínio Salgado não tem nenhuma preocupação seo país estiver nas mãos da direita conservadora ou da esquerda liberal. A única preocupação do PSOL parece então, ser deles a vez de governar. Seria então, eles, do PSOL, crentes que o único projeto político bom para o Brasil o que eles propunham? É uma lástima, ler no noticiário, um candidato à presidência do Brasil declarar que votou nulo.E onde ficam aquela história do analfabeto político? Aquele que jamais anula ou vota em branco? Sim, durante décadas, foi isso que os pensadores políticos nos passaram. Votar nulo ou em branco é anular a possibilidade de eleger um projeto político que seja "menos" nocivo ao país. E como fica a luta da massa contra o voto censitário? Sim, até bem pouco tempo atrás, o voto era censitário no Brasil. Apenas votava aqueles que possuíam prestígio político e poder econômico, o chamado voto censitário. E daí, quando o voto passa a ser universal, ou seja, todos, indiferentemente, do poder aquisitivo, do prestígio político, da tradição familiar, passam a exercer o direito de escolher os seus governantes, abre-se mãos dessa conquista? Senhores e senhoras do PSOL, isso é uma incoerência. Isso mostra o quão não estão preparados para o exercício da democracia. Perder faz parte de um processo político. Perder uma eleição não quer dizer não poder apoiar um projeto político que mais se aproxime de suas propostas ora apresentadas e rejeitadas nas urnas. Abração a todos.