História da África e os Livros didáticos. Omissão ou racismo?
Todos imaginam a África como um continente repleto de matas, um paraíso da vida selvagem.habitantes apenas negros, que não se organizam socialmente, tribos selvagens nada amistosas, habitantes incapazes de se defenderem frente a uma exploração e/ou intervenção agressiva do homem branco. Total miséria, inexistência de centros urbanos, e quando, alguns sabem da existência de vilas e cidades, imaginam ser locais desprovidos de qualquer infra-estrutura e desenvolvimento social e cultural, como foi o caso da gafe do presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, em visita à Namíbia em 2003, onde afirmou, que não imaginava encontrar na África, uma cidade tão limpa, e que nem parecia estar num país africano.
Sem dúvida, a visão mais marcante ainda é a miséria da Etiópia e as mortes por doenças, entre outras causas, além da desnutrição e da inanição geral entre a camada pobre do país. Outra imagem marcante, ainda é o regime de segregação racial na África do Sul, o “Apartheid”, onde a minoria branca, de origem inglesa, discriminava uma maioria da população negra do país, e devido a isso, pela mídia viam-se os confrontos entre grupos de negros e policiais, mandados pelo governo branco para reprimir as manifestações.
Enfim, Reproduzimos em nossas idéias as notícias que circulam da mídia que apenas revelam um continente marcado pelas misérias, guerras étnicas, instabilidade política, AIDS, fome e falência econômica. As imagens e informações que dominam os meios de comunicação, os livros didáticos incorporam a tradição racista e preconceituosa de estudos sobre o Continente africano.
Tanto nos ensinos fundamental e médio, aprendemos que a África era um continente onde havia somente negros selvagens, animais exóticos, um continente que fornecia mão-de-obra escrava para os colonizadores europeus e que não havia uma cultura nativa rica em detalhes, com nações inteiras organizadas socialmente em reinos, com nobreza, tribos, clãs, vilas, cidades e povoados.
Mirceia Elíade relata que os negros, principalmente da costa africana, era exímios conhecedores de técnicas de mineração e fabrico de armas de metais.” a mineração sente a necessidade de mão de obra especializada o trafico aumenta principalmente se o escravo for de origem da costa da mina onde são valorizados pelo seu conhecimento e habilidade em mineração.” ( ELÍADE, 1983. )
Em alguns livros didáticos, quando se encontra muito sobre a África, há somente uma página e meia. O assunto gira em torno dos tipos básicos de colonização européia durante a Idade Moderna, faz uma leve referência à existência dos reinos de Gana, Mali, Congo e Zimbábue. Enfoca mais a busca do caminho marítimo para as Índias, como os negros eram transportados . Não há nenhuma narrativa acerca dos povos africanos, seus costumes e cultura, como há sobre as demais civilizações ocidentais e do oriente próximo.
Sem desejar ser subjetivo, que o pouco que se relata sobre a África, em nenhum momento fora dito o quão agressiva era a exploração da África por povos da Europa.Vários autores, quase sem nenhuma excessão,contam a história da colonização africana sem ao menos mencionar quais povos estavam sendo explorados pelos europeus.
Alguns autores tratam o continente africano como um despojo particular dos países europeus, E como sempre, apenas dedica-se à África uma página e meia. Nesse curto espaço didático, vários autores enfatizam as relações dos países europeus em relação de como seria organizada a ocupação e a exploração do continente africano. Nos mapas de livros didáticos sobre a África, os autores mostram quais os países africanos e seus respectivos colonizadores. Vários livros, apenas registram o quanto os países da Europa ficaram maravilhados face às riquezas naturais do continente africano, e quando fazem uma pequena referência sobre os povos africanos, que reagiram à exploração européia, mostram os africanos como “incapazes” frente ao poderio europeu.
Os livros didáticos relatam a escravatura como um fato histórico, enfatizando a supremacia branca e justificando o fato da condição do negro estar sendo subjugado, devido ao atraso cultural, ao fator numérico no país e, justificando o modelo de História eurocêntrica, como sendo a Europa, continente único com uma cultura relevante.
O PNLD, embora, seja o responsável pela distribuição, e tenha feito uma seleção de livros didáticos com conteúdo racista, não possui uma política contundente para a adoção desses livros selecionados, e que contêm estudos relevantes sobre a cultura africana e sua adoção na grade curricular dos primeiros níveis do ensino no Brasil.Os livros didáticos ainda trabalham a questão da historia tradicional, do tipo eurocêntrica, onde o negro aparece como escravo, desprovido e desmotivado de resistência ao jugo, e que não possui significativa atuação em movimentos, como também, na vida social de comunidades africanas ou mesmo no Brasil, como os vários quilombos e suas respectivas batalhas contra os senhores de escravos. Sobre o racismo nos livros didáticos que se dizem não racistas, apenas alguns textos acadêmicos referenciam que essa postura às vezes pode ser interpretada como racista, por rebaixar o negro e a África a uma posição de desprovimento de condição sócio-cultural na formação da História, com ausência de civilização,colocando referências que nos dão a entender que o negro e a África são os “ coitadinhos”.
Entretanto, não é o que podemos averiguar na História de países africanos, colonizados por Portugal, sob o ponto de vista dos colonizados, como é o caso de Angola.Aqui, um exemplo do conhecimento bélico e metalúrgico de povos africanos>. "
Todos imaginam a África como um continente repleto de matas, um paraíso da vida selvagem.habitantes apenas negros, que não se organizam socialmente, tribos selvagens nada amistosas, habitantes incapazes de se defenderem frente a uma exploração e/ou intervenção agressiva do homem branco. Total miséria, inexistência de centros urbanos, e quando, alguns sabem da existência de vilas e cidades, imaginam ser locais desprovidos de qualquer infra-estrutura e desenvolvimento social e cultural, como foi o caso da gafe do presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, em visita à Namíbia em 2003, onde afirmou, que não imaginava encontrar na África, uma cidade tão limpa, e que nem parecia estar num país africano.
Sem dúvida, a visão mais marcante ainda é a miséria da Etiópia e as mortes por doenças, entre outras causas, além da desnutrição e da inanição geral entre a camada pobre do país. Outra imagem marcante, ainda é o regime de segregação racial na África do Sul, o “Apartheid”, onde a minoria branca, de origem inglesa, discriminava uma maioria da população negra do país, e devido a isso, pela mídia viam-se os confrontos entre grupos de negros e policiais, mandados pelo governo branco para reprimir as manifestações.
Enfim, Reproduzimos em nossas idéias as notícias que circulam da mídia que apenas revelam um continente marcado pelas misérias, guerras étnicas, instabilidade política, AIDS, fome e falência econômica. As imagens e informações que dominam os meios de comunicação, os livros didáticos incorporam a tradição racista e preconceituosa de estudos sobre o Continente africano.
Tanto nos ensinos fundamental e médio, aprendemos que a África era um continente onde havia somente negros selvagens, animais exóticos, um continente que fornecia mão-de-obra escrava para os colonizadores europeus e que não havia uma cultura nativa rica em detalhes, com nações inteiras organizadas socialmente em reinos, com nobreza, tribos, clãs, vilas, cidades e povoados.
Mirceia Elíade relata que os negros, principalmente da costa africana, era exímios conhecedores de técnicas de mineração e fabrico de armas de metais.” a mineração sente a necessidade de mão de obra especializada o trafico aumenta principalmente se o escravo for de origem da costa da mina onde são valorizados pelo seu conhecimento e habilidade em mineração.” ( ELÍADE, 1983. )
Em alguns livros didáticos, quando se encontra muito sobre a África, há somente uma página e meia. O assunto gira em torno dos tipos básicos de colonização européia durante a Idade Moderna, faz uma leve referência à existência dos reinos de Gana, Mali, Congo e Zimbábue. Enfoca mais a busca do caminho marítimo para as Índias, como os negros eram transportados . Não há nenhuma narrativa acerca dos povos africanos, seus costumes e cultura, como há sobre as demais civilizações ocidentais e do oriente próximo.
Sem desejar ser subjetivo, que o pouco que se relata sobre a África, em nenhum momento fora dito o quão agressiva era a exploração da África por povos da Europa.Vários autores, quase sem nenhuma excessão,contam a história da colonização africana sem ao menos mencionar quais povos estavam sendo explorados pelos europeus.
Alguns autores tratam o continente africano como um despojo particular dos países europeus, E como sempre, apenas dedica-se à África uma página e meia. Nesse curto espaço didático, vários autores enfatizam as relações dos países europeus em relação de como seria organizada a ocupação e a exploração do continente africano. Nos mapas de livros didáticos sobre a África, os autores mostram quais os países africanos e seus respectivos colonizadores. Vários livros, apenas registram o quanto os países da Europa ficaram maravilhados face às riquezas naturais do continente africano, e quando fazem uma pequena referência sobre os povos africanos, que reagiram à exploração européia, mostram os africanos como “incapazes” frente ao poderio europeu.
Os livros didáticos relatam a escravatura como um fato histórico, enfatizando a supremacia branca e justificando o fato da condição do negro estar sendo subjugado, devido ao atraso cultural, ao fator numérico no país e, justificando o modelo de História eurocêntrica, como sendo a Europa, continente único com uma cultura relevante.
O PNLD, embora, seja o responsável pela distribuição, e tenha feito uma seleção de livros didáticos com conteúdo racista, não possui uma política contundente para a adoção desses livros selecionados, e que contêm estudos relevantes sobre a cultura africana e sua adoção na grade curricular dos primeiros níveis do ensino no Brasil.Os livros didáticos ainda trabalham a questão da historia tradicional, do tipo eurocêntrica, onde o negro aparece como escravo, desprovido e desmotivado de resistência ao jugo, e que não possui significativa atuação em movimentos, como também, na vida social de comunidades africanas ou mesmo no Brasil, como os vários quilombos e suas respectivas batalhas contra os senhores de escravos. Sobre o racismo nos livros didáticos que se dizem não racistas, apenas alguns textos acadêmicos referenciam que essa postura às vezes pode ser interpretada como racista, por rebaixar o negro e a África a uma posição de desprovimento de condição sócio-cultural na formação da História, com ausência de civilização,colocando referências que nos dão a entender que o negro e a África são os “ coitadinhos”.
Entretanto, não é o que podemos averiguar na História de países africanos, colonizados por Portugal, sob o ponto de vista dos colonizados, como é o caso de Angola.Aqui, um exemplo do conhecimento bélico e metalúrgico de povos africanos>. "
Congo e Luango: territórios onde «o governo português de Luanda... tinha pouco ou nenhum poder de intervenção efectiva...» (12) e onde quem agenciava o tráfico, desde o século XVII – entre o vale do r. Cuango e os Bavili, cruzando o Cacongo – eram os “Mubires”, muito respeitados por exercerem o ofício semi-mágico de ferreiro: trocavam os escravos nas feitorias norte-americanas, brasileiras, espanholas e portuguesas da costa do Luango por mercadorias europeias que utilizavam em parte para a aquisição de mais escravos além-Cuango."(VICTOR, J. Alves). Isto posto, confere-se que mesmo sendo o povo teoricamente mais forte, os colonizadores europeus não conseguiram subjugar todos os povos africanos, como assim desejavam, face às habilidades e conhecimentos que possuíam e, infelizmente, as utlizavam para subjugar outras tribos mais fracas miltarmente e mais, não fosse isso, a falta de coesão dos povos das tribos africanas, talvez, a História da colonização da África teria percorrido outros caminhos, que não estes que o mundo ocidental conhece.
JOEL VIEIRA CALDAS
Referências bibliográficas
ELIADE, Mircéia.Ferreiros e alquimistas.São Paulo.1893
JOEL VIEIRA CALDAS
Referências bibliográficas
ELIADE, Mircéia.Ferreiros e alquimistas.São Paulo.1893
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